Testemunho Pessoal: Yoga, um caminho para o autocuidado!

Poder-te-ia falar sobre os inúmeros benefícios do yoga mas, para iniciar esta jornada, optei por contar um pouco da minha história, do meu percurso, o que me trouxe realmente ao yoga.

Quando tinha 17 anos percebi que o meu corpo não estava bem, sentia-me mal. Na verdade, sentia-me uma velha. Sim, uma velha. Os primeiros sintomas de desconforto foram o frio nas articulações, seguido das dores articulares. A primeira articulação a manifestar que tinha algum tipo de problema, foi o meu joelho esquerdo. Depois passou a ser a minha anca esquerda, tornozelo e, por fim, o meu ombro. Resumidamente, estava com o meu lado esquerdo completamente descompensado.

As dores físicas estão intimamente ligadas com as dores emocionais e, com a correria do dia a dia, nem nos apercebemos que, antes do corpo físico ter dado os primeiros sinais, o emocional já não estava bem.

Para que possamos ter acesso a essa informação, temos de ter um ritual de autocuidado, devemos estar em contato com a nossa essência. E está a pensar “como faço eu isso?”. O yoga pode ajudá-lo, só precisa de querer investir tempo em si.

No meu caso, eram dores articulares que estavam relacionadas com a rigidez física e mental. Claro que, com 17 anos, isso não fazia qualquer sentido para mim e, se calhar, para muitos de vocês que estão a ler este meu testemunho também não faz.

Acredito que se trata de uma questão de se ir observando e perceber quando determinada dor apareceu. Quando começa a estar atento a si, já está a criar um ritual de autocuidado, a ir ao encontro da sua essência. Se me perguntares se é fácil, dir-te-ei que não, mas não é impossível e os benefícios são muitos! Quando a dor for só pontual, tenta visualizar e analisar os momentos antes da dor aparecer. Se for uma dor que persiste, faz uma retrospetiva à tua vida para perceber desde quando essa dor, esse desconforto te acompanha.

Há quanto tempo desvaloriza a informação que o seu corpo lhe dá?

Para mim, a descoberta demorou alguns anos, mas isto em 1996 e no papel de uma adolescente rebelde.

O meio que nos rodeia influencia, e muito, a nossa vida. Não é à toa que o provérbio português diz “Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és”. No meu caso, eu adaptaria um pouco:

“Diz-me como vês os teus progenitores e eu dir-te-ei em quem te vais tornar.”

Por muito que não queiramos, acabamos sempre por repetir padrões, muitas das vezes aqueles que mais criticamos. Contudo, quando estamos atentos e nos focamos no nosso autocuidado, em caminhar na direção da nossa essência, podemos alterar, podemos mudar, podemos fazer diferente.

Como mencionei acima, as dores articulares estão relacionadas com rigidez física e, a mim, o yoga não só me tornou mais flexível fisicamente como mentalmente. Digo muitas vezes ao meus alunos que a flexibilidade não é uma característica que me acompanha desde sempre. Pelo contrário, era bem rígida e toda a flexibilidade que tenho ganhei-a com a prática do yoga. Foi através do autocuidado, de um trabalho diário para me direcionar no sentido da minha essência, de querer saber quem realmente eu sou, do que realmente gosto.

Questionam vocês: “Como é que o yoga resolve a rigidez mental?” Pois bem, como já disse, eu era uma adolescente rebelde, ou as coisas eram como eu queria ou estavam tramados comigo. Lembro-me de pensar e dizer que eu não mudaria nunca.

Porém, com a prática, fui percebendo que algumas das coisas que, para mim, jamais mudariam, já tinham mudado. No yoga, trabalhamos algo que considero fundamental: a Respiração. Ela transporta-nos para uma sensação de calma, relaxamento e limpeza da mente, que, por ventura, faz com que criemos espaço entre os pensamentos e tenhamos tempo para refletir, para nos cuidarmos e caminharmos em direção à nossa essência.

Quando tenciono fazer uma prática mais intensa de pranayamas (respiração do yoga), há sempre um aluno que diz que não está com disposição. Quando os alunos estão sem vontade, é quando realmente precisam e garanto-o por experiência própria. A minha falta de flexibilidade não era o que mais me custava na prática do yoga, o que mais me custava era sim quando tinha de fazer pranaymas ou quando me diziam que eu não sabia respirar.

Para mim, o yoga é uma prática muito completa por ser possível trabalhar a parte física, mental e espiritual numa só aula e, além disso, levar muito da prática para o dia a dia. Extraordinário é que as mudanças acontecem de forma tão natural que nos apercebemos.

Durante muito tempo, tive dificuldade em ver em mim mudanças, mas elas foram acontecendo. Notei primeiro as físicas, pois as minhas dores melhoraram e, ao longo do tempo, as pessoas que me conheciam, notavam as emocionais.

Sandra Gonçalves
Hatha Yoga, Aero Yoga, Pilates, Aero Pilates, Yoga Restaurativo
O yoga ensinou-me não só a observar o meu corpo físico, como também o meu corpo mental. Aprendi a relacionar-me comigo.
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